Os fundos distressed, que se alimentam de ativos problemáticos ou em situações especiais, veem um 2024 positivo e com fontes originação mais diversificadas. Gestores dos fundos estão otimistas com a rentabilidade dos ativos que já estão nas carteiras, incorporados nos últimos anos, e com novas oportunidades de incremento nos portfólios. No setor imobiliário, há operações envolvendo distrato.

Em entrevista ao portal “Capital Aberto”, Matheus Shelman, sócio da Strategi Capital, acredita que o cenário macroeconômico pode ser bom ou ruim, mas sempre há oportunidade para esse tipo de produto. “Quando a economia vai mal e o juro é alto, tem muita recuperação judicial, default, surgindo ativos para avaliarmos. E, quando o juro cai, o que está na carteira performa bem. São vários ciclos a serem aproveitados.”

Na Strategi Capital, além da expectativa de bom retorno com ativos adquiridos em 2023, os olhares do gestor seguem atentos também ao agronegócio e ao setor imobiliário. “No ano passado, tinha muita gente precisando de um crédito especial. E foi uma oportunidade interessante para os fundos distressed alocarem capital e com um retorno um pouco mais alto. A queda do juro neste ano traz um certo conforto, queira ou não queira, de recebimento dos recursos”, explica Matheus Shelman ao portal.

Falando em oportunidades, dois setores em particular chamam a atenção da gestora – agronegócio e imobiliário. No agro, há problemas na safra do Mato Grosso e situações extremas, seja de excesso de chuva ou de sol, afetando a produção em regiões do Nordeste. “O agronegócio vive seus ciclos baseado no crédito. Quando entram em recuperação judicial ou não conseguem quitar os empréstimos tornam-se interessantes. É um crédito que pode ser comprado e impedir a recuperação judicial.”

No imobiliário, as oportunidades estão nas construtoras que trabalham no modelo de condomínio fechado com os recursos dos investidores bancando a obra. “Na pandemia os preços dos insumos subiram, muitas obras foram interrompidas e seguem assim. Os fundos distressed podem financiar o complemento da obra, pagando distrato de investidores que desejem sair do condomínio”, explica Shelman.

A Strategi Capital é focada nos ativos estressados do middle market. Para seu primeiro fundo comprou cerca de 90 ativos de créditos não performados. “No fundo foram dois anos de investimento, incluindo o reinvestimento dos ganhos que recebesse. A gente vai devolver capital ao longo dos próximos anos. Miramos em retornos de 25% a 30% para o investidor.”

A Strategi Capital tem planos de abrir um segundo fundo distressed neste ano, maior do que o anterior, cuja captação foi de R$ 75 milhões. O novo fundo mira uma captação entre R$ 250 milhões e R$ 350 milhões. “Vamos ter um incremento significativo, focado em operações de distressed, só que ampliando um pouco para essas novas vertentes de oportunidade que eu comentei”. A gestora irá fazer neste primeiro semestre road show e deve abrir para captação na segunda metade do ano.

Tribuna do Norte

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