Os investimentos na Margem Equatorial, área de exploração de petróleo onde está situada a bacia marítima Potiguar, além das bacias do Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Amazonas, deverá receber até 1,09 bilhão de dólares neste ano, o equivalente a R$ 5,44 bilhões na cotação atual. O valor corresponde a 95% dos investimentos previstos em exploração no país que podem chegar a 1,96 bilhão de dólares (R$ 9,78 bilhões).

As estimativas fazem parte dos dados consolidados em 16/01/2024, disponíveis no Painel Dinâmico de Previsão de Investimentos na Fase de Exploração dos contratos de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

São informações sujeitas a atualizações pelas empresas detentoras de contratos de E&P e referem-se somente à etapa inicial dos contratos, Fase de Exploração. Ou seja, não inclui a segunda etapa, a de Desenvolvimento e Produção.

A perfuração de poços é a atividade que mais impactará os investimentos previstos para o ano de 2024, com US$ 1,71 bilhão (R$ 8,53 bilhões) projetados para a perfuração de 39 poços exploratórios. Isso representa 87% dos investimentos estimados para este ano.

A fase de exploração é a primeira dos contratos de E&P, tendo início com a assinatura do contrato. Nela, as áreas exploradas são chamadas de blocos, e as empresas realizam estudos e atividades (como levantamentos sísmicos e perfuração de poços) para detectar a presença de petróleo e/ou gás natural em quantidade suficiente para tornar sua extração economicamente viável.

Em caso positivo, a empresa apresenta uma declaração de comercialidade à ANP e o bloco (ou parte dele) se transforma em um campo produtor, dando início à fase de produção. Em caso negativo, a empresa pode devolver o bloco (ou parte dele) à ANP.

A ANP comunicou que não divulga as previsões de investimentos e atividades detalhadas por bacias, somente por bacias agrupadas. No caso da Bacia Potiguar, sua porção marítima está inserida nos dados da “Margem Equatorial”.

“Também não divulgamos investimentos realizados por projetos específicos de empresas, como é o caso do poço Pitu Oeste. Nos dois casos (dados por bacia ou por poço / empresa), essas informações têm acesso restrito, pois são informações estratégicas das empresas (no caso das bacias, algumas têm apenas uma empresa operando)”, informou a agência.

Na Bacia Potiguar, a retomada de investimentos pode ser vista com a perfuração do poço de Pitu Oeste (RN), iniciada há exatamente um mês pela Petrobras com a chegada do navio-sonda NS-42. Isso marcou o retorno da pesquisa da companhia por óleo e gás na Margem Equatorial. A perfuração do poço, na concessão BM-POT-17, localizada a 53 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte, deverá se estender entre 3 a 5 meses.

No Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras está previsto o investimento de US$ 3,1 bilhões (R$ 15,4 bilhões) para pesquisa de óleo e gás na Margem Equatorial, onde a companhia planeja perfurar 16 poços nesse período.

Nesta fase, não há produção de petróleo. Por meio do poço de Pitu Oeste, a Petrobras obterá mais informações geológicas da área, o que permitirá a confirmação da extensão da descoberta de petróleo já feita, em 2014, no poço de Pitu.

Se for confirmada a viabilidade econômica da concessão, será necessário conceber e desenvolver toda a estrutura operacional para a produção e será preciso realizar um novo processo de licenciamento ambiental específico para a etapa de produção.

A Petrobras recebeu do IBAMA, em outubro de 2023, a licença de operação para a perfuração de dois poços de pesquisa de óleo e gás, em águas profundas na Bacia Potiguar, na Margem Equatorial brasileira. No âmbito da mesma licença ambiental, a companhia pretende perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, localizada a 79 km da costa do estado do Rio Grande do Norte, próxima ao poço Pitu Oeste.

Já dos US$ 1,96 em investimentos previstos para este ano, segundo o Painel Dinâmico da ANP, US$ 772 milhões (R$ 3,85 bilhões) estão destinados às bacias da Margem Leste (bacias marítimas de Pernambuco-Paraíba, Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Camamu-Almada, Jequitinhonha, Cumuruxatiba, Mucuri, Espírito Santo, Campos, Santos, Pelotas).

Já as bacias terrestres contam com um montante de investimentos previstos para 2024 de US$ 100 milhões (R$ 500 milhões), distribuídos entre as bacias de nova fronteira (Amazonas, Paraná, Parnaíba, São Francisco, Solimões e Tucano Sul), com US$ 61 milhões (R$ 300 milhões) de investimentos previstos, e as maduras (bacias terrestres Potiguar, Sergipe, Alagoas, Recôncavo, Espírito Santo), com um montante de US$ 39 milhões (R$ 195 milhões).

Para os próximos cinco anos (2023-2027) a Petrobras prevê um investimento de US$ 2,94 bilhões (R$ 15 bilhões) nas atividades de exploração na Margem Equatorial Brasileira. O valor representa 49% do total que será investido nas atividades de exploração.

Tribuna do Norte

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