Com vários estabelecimentos ainda tendo impactos significativos desde a época da pandemia de Covid, bares e restaurantes do Rio Grande do Norte esperam um “alívio” com o Dia das Mães do próximo domingo (12), considerada uma das datas mais rentáveis para o segmento. A expectativa da Associação de Bares e Restaurantes no RN (Abrasel-RN) é de que o faturamento possa chegar a 20%.
Segundo pesquisa feita pela entidade, há um “otimismo” nos empresários com a data. Isso porque 77% dos estabelecimentos planejam abrir suas portas no segundo domingo de maio. Entre estes, 81% esperam faturar mais em 2024 do que na mesma data do ano passado. Para a maioria (57%) a expectativa é de que o aumento no faturamento chegue a até 20%.
“O Dia das Mães é um dos melhores do ano a respeito dos dias festivos, assim como o Dia dos Namorados. Temos expectativas boas. Para quem trabalha com reservas, já há várias para esse dia. Sempre é um dia bom e muito movimentado”, revela Paolo Passariello, presidente da Abrasel-RN.
Ainda segundo Paolo, restaurantes de Natal e do Estado tem apostado em promoções e estratégias para atrair o almoço em família no Dia das Mães, como desconto em sobremesas, preços e opções diferenciadas no cardápio. “Cada um tem uma estratégia comercial diferente para atrair”, cita.
Um desses restaurantes é o Sadoche, em Lagoa Seca, zona Leste de Natal, que terá promoções e cardápio especializado para o Dia das Mães, além de música ao vivo.
A expectativa está muito boa para o movimento. Nos outros anos sempre é bem movimentado. Estamos com organização a todo vapor. Vamos ter música ao vivo e alterações no cardápio, com pratos tradicionais da casa e com qualidade”, explica Antônio Carlos Oliveira, gerente de compras e organização do estabelecimento.
Além disso, pesquisa feita pela Abrasel que ouviu 3.069 empresários de todo o Brasil entre os dias 22 e 29 de abril, também destacou o problema contínuo da inflação. Quase 70% dos estabelecimentos afirmaram que não conseguiram acompanhar o aumento inflacionário. Desse grupo, 55% não conseguiram reajustar seus preços de cardápio e 14% fizeram ajustes abaixo da inflação. Por outro lado, 23% conseguiram aumentar os preços conforme a inflação e apenas 8% ajustaram acima do índice.
O endividamento continua num patamar alto, semelhante ao dos últimos levantamentos, com 40% das empresas apresentando pagamentos em atraso. Entre estes, mais de dois terços (68%) devem impostos federais.
Na sequência, 46% devem impostos estaduais, 38% têm parcelas de empréstimos bancários em atraso, 29% devem encargos trabalhistas/previdenciários e 27% estão em débito com serviços públicos como água, gás ou energia elétrica.
“Cerca de dois terços ainda têm problemas, fechando o caixa em negativo ou “empatando””, explica. “Sem uma ação “forte” por parte do Governo Federal, será muito difícil que esses números sejam revertidos. A aprovação do Perse traz um pouco de tranquilidade para aquelas empresas que estavam aguardando essa definição e as novas regras podem aumentar o número de empresas do nosso setor aderindo ao programa”, acrescentou Paolo.
“Temos de voltar o olhar para as empresas com problemas e botar para andar um plano de recuperação. É difícil para o empreendedor sair de uma situação de dívidas acumuladas e prejuízos recorrentes sem apoio”, aponta Paulo Solmucci, presidente nacional da Abrasel.
Tribuna do Norte