Blindado Anfíbio Guarani atua no resgate da população riograndense — Foto: Divulgação/Exército Brasileiro
O Exército Brasileiro divulgou imagens nas redes sociais mostrando a operação do blindado Guarani no resgate às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Fabricado no Brasil, o blindado é considerado um dos mais modernos da frota militar do país. A viatura pode andar tanto em terra como em água, e tem peso bruto de 14,7 toneladas, motor blindado com potência de 383 cavalos e atinge uma velocidade máxima de até 100 km/h.
O Guarani tem como objetivo fazer transporte de pessoal, com capacidade anfíbia para transportar até 11 militares em regiões alagadas. O veículo possui proteção antiminas, sob as rodas, couraça e assentos individuais, além de proteção balística composta de blindagem contra tiros de 7,62 mm e estilhaços de granadas de artilharia 155 mm.
O blindado entrou em operação oficialmente pelo Exército Brasileiro em março de 2013, com a proposta de modernizar as tropas brasileiras ao substituir as viaturas Urutu e Cascavel. Ele surgiu de uma parceria com uma montadora italiana, mas posteriormente passou a ser produzido em parceria com a Iveco na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
As rodas e pneus possuem sistemas que auxiliam no uso da viatura, como o pneu com um anel que garante uma autonomia de 60 quilômetros após algum acidente em que o pneu tenha sido esvaziado ou furado.
O veículo é tido como um dos mais versáteis da categoria, podendo atuar em diversos terrenos com uma gama de acessórios especiais. O Guarani é capaz de trafegar em água parada ou fluvial com correnteza, sem preparação a uma profundidade de 0,43 metros, e a qualquer profundidade quando preparado com estabilizador, bombas de porão e duas hélices de impulsão.
Para se manter estável em um deslocamento fluvial, o veículo utiliza um estabilizador à frente e conta com duas hélices de acionamento hidráulico, localizadas nas laterais da parte traseira do veículo, tudo em comando automatizado feito pelo motorista.
Segundo o Exército Brasileiro, a região Sul é onde existe a maior concentração dessas viaturas que vieram para substituir os antigos Urutus. As famosas estepes presentes na região são caracterizadas por áreas amplas e de fácil deslocamento, o que permite a flexibilidade da Guarani e o amplo emprego de todos os tipos de armas que o veículo possui.
O número de mortes em decorrência das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 100, de acordo com o último boletim da Defesa Civil do estado, divulgado no começo da tarde desta quarta-feira. Há ainda o registro de 128 desaparecidos e estima-se que o temporal tenha atingido pelo menos 1,4 milhão de pessoas até agora.
As autoridades locais ainda investigam se outras quatro mortes estão relacionadas com eventos meteorológicos. Ao todo, há 66.761 pessoas em abrigos, 163.720 desalojados, e 372 pessoas feridas socorridas.
O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu quatro alertas de chuvas para o Rio Grande do Sul. O alerta de “Grande Perigo” é para tempestades no sudoeste e sudeste do estado. Durante a madrugada e pela manhã desta quarta-feira, as chuvas ficam concentradas na parte sul do estado. Já os dois de “Perigo” são do sul ao centro gaúcho, com previsão de tempestade e granizo de forma isolada.
— Na parte do sudeste gaúcho é um acumulado por conta das chuvas, que já ultrapassaram os 100 milímetros na região próxima a Pelotas. Também há um aumento do nível da água das praias. Em termos de previsão, a região ainda segue com tendências de chuva nessa área — explica Andrea Ramos, meteorologista do Inmet.
Na capital Porto Alegre e nas regiões noroeste, nordeste e centro oriental do estado o alerta é de “Perigo Potencial”, com chuva até 50 mm/dia e ventos intensos (40-60 km/h). Ainda há baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. A especialista explica que essas previsão acontece por conta do deslocamento de uma frente.
— Para Porto Alegre tem uma possibilidade de uma chuva isolada. O agravante vai ser o vento, que será um pouco mais forte por conta do deslocamento da frente, que irá fazer uma incursão no Rio Grande do Sul — destaca Ramos.
O MetSul também alertou que há previsão de mais chuvas no estado gaúcho em decorrência de uma frente fria associada a um ciclone extratropical na costa da Argentina. Com a passagem da frente fria, pode ocorrer ventos quentes e secos antes da chuva em várias cidades. Ainda segundo o instituto, será um episódio de instabilidade durante vários dias.
Fonte: O Globo