Apesar da baixa procura por milho houve uma estagnação no preço do produto em Natal neste período junino. A maioria dos vendedores ouvidos pela reportagem informou que o item tem sido vendido a R$ 1 a unidade e a R$ 40 a mão (com 50 espigas). O valor está abaixo do comercializado em 2023 (segundo os vendedores, a mão custava em torno de R$ 50), mas segue o mesmo desde o início deste ano. Os valores estão sem alteração ao longo de 2024 e, com a proximidade do fim das festas de junho, os preços não deverão sofrer mudanças, segundo os comerciantes.
Sheila Bezerra está instalada na Feira do Milho, às margens da BR-101. Ela ficará no local até o dia 7 de julho e conta que, se comparado com junho do ano passado, as vendas reduziram em 50%. Segundo ela, a chegada dos festejos juninos praticamente não alterou as vendas em relação aos cinco primeiros meses de 2024. Como não houve reajustes de preços por parte dos fornecedores, a solução foi não mexer nos valores que já vinham sendo repassados aos consumidores. “O movimento está muito abaixo do que era esperado”, diz.
“Uma prova disso é que aqui, no local da Feira do Milho, só estão duas feirantes – eu e outra moça. Estou vendendo a mão a R$ 40, é o mesmo preço que eu já vinha vendendo ao longo do ano. Em 2023, vendi a R$ 50. Mas como o preço onde eu compro para revender permaneceu igual, não tive como conceder reduções para os clientes”, acrescenta Sheila. Na feira livre do Planalto, na zona Oeste da capital, a grande maioria dos comerciantes também mantinha os preços semelhantes aos de Sheila e sem alteração em relação aos primeiros meses de 2024.
Isabel Cruz costuma vender na feira de Macaíba, mas decidiu levar o produto para o Planalto nesta quinta-feira (27). Ela também reclamou das vendas em baixa e disse que, por isso, decidiu manter a mão a R$ 40. “Vou continuar com esse valor, porque a gente não tem nenhuma redução quando compra o milho lá no campo”, comenta. Já Willame José, que vende na feira do Planalto há 29 anos, disse que os preços variam de acordo com a qualidade do produto. Na banca dele, a mão custava entre R$ 35 e R$ 50. “Mas são os valores que eu já vendia desde o início do ano. Não dá para alterar, porque o movimento está muito fraco. O milho mais caro é o que eu compro em Assu, que é bem melhor”, conta.
Já Lázaro Félix decidiu arriscar e reduzir o preço do produto – de R$ 45 para R$ 30. “Vendo em várias feiras de Natal, mas aqui no Planalto, o movimento está muito baixo. Quero ver se, diminuindo o valor, consigo atrair mais clientes”, relata. Muitos consumidores revelaram que estavam comprando o produto pela primeira vez este mês. Nem o dia de São João, considerado o ápice do período junino, animou a assistente de RH Camila Delfino, a comprar o produto antes desta quinta-feira. “Estou levando 50 espigas. Não tinha comprado ainda, mas acho que o valor está ótimo, acessível ao bolso”, afirma.
Uma pesquisa do Procon Natal, realizada entre os dias 10 e 21 deste mês, abrangeu feiras tradicionais da capital, onde o preço médio da espiga foi de R$ 0,80 (em 2023, a média de peços por unidade ficou em R$ 0,90). O maior valor registrado neste ano foi de R$ 1,25 a espiga, e o menor, R$ 0,60. A mão teve preço médio de R$ 40, queda de 6,25% em relação ao ano passado (cujo valor médio ficou em R$ 41,25).
Tribuna do Norte