O Rio Grande do Norte ganhará em breve uma base de dados sobre os impactos da produção eólica no Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios que contam com a geração deste tipo de energia. As informações serão agregadas à ferramenta “Indicadores de Inteligência Estratégica – Energia Renovável e Recursos Naturais”, do Centro de Estratégia em Recursos Naturais e Energia (Cerne), lançada nesta terça-feira (16), em Natal. A ferramenta já está disponível e traz dados sobre projetos de energia eólica e solar (onshore e offshore,) geração distribuída, bem como de produção de petróleo e gás.

Os indicadores dos impactos econômicos a partir da geração da energia que vem dos ventos estão sendo elaborados por uma equipe de especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e deverão ser finalizados no próximo mês. Ainda não há previsão de quando as informações estarão no ar, mas elas irão ajudar a ampliar a ferramenta recém-lançada. Darlan Santos, diretor-presidente do Cerne, diz que a ideia é expandir o levantamento para demais unidades federativas. “É um trabalho pioneiro, que está em fase de publicação e vai apresentar, por município, os benefícios econômicos dos projetos eólicos”, frisa Santos.

“Nós estamos levando esse projeto para obtenção de novos recursos a fim de ampliar os trabalhos [dos dados sobre os impactos no PIB] para outros estados da região Nordeste”, completa Darlan Santos. Por enquanto, o banco de dados do Cerne apresenta para todo o Brasil o número de empreendimentos ligados às energias renováveis, assim como dados sobre potência fiscalizada (a partir da operação comercial) e potência outorgada (autorizada a operar) nos municípios brasileiros.

As informações indicam, inclusive, que o RN segue na liderança entre os produtores de energia eólica em terra (onshore) do País, com 9,9 GW de potência fiscalizada. A Bahia (9,59 GW), o Piauí (4,03 GW) e o Ceará (2,58 GW) vêm em seguida. Além disso, a base de dados do Cerne aponta que são 13,13 GW de potência outorgada e 384 empreendimentos atualmente no Rio Grande do Norte. No País, são 1.637 empreendimentos, com 30,96 GW de potência fiscalizada e 55,44 GW de potência outorgada.

Em relação à eólica offshore, a base de dados do Cerne aponta a existência de 96 projetos no Brasil – o Rio Grande do Sul lidera, com 27 projetos. O RN possui 14 projetos, mesmo número do Rio de Janeiro e atrás do Ceará, com 25, assim como do RS. A potência total em território potiguar para eólica no mar é de 25,7 GW. Darlan Santos, diretor-presidente do Cerne, destaca a facilidade de acesso às informações.

“São dados disponíveis para todo o País e que podem ser utilizados por prefeituras e governos de cada estado. Essas informações podem ser utilizadas por centros de pesquisa para determinar políticas de incentivo e entender como o Rio Grande do Norte está se posicionando, bem como para entender quais as demandas necessária e definir, assim, projetos que ajudem a melhorar o setor no Estado”, afirma Santos.

RN é 4º em potência solar fiscalizada
Os indicadores do Cerne mostram que o Rio Grande do Norte possui 1,23 GW de potência fiscalizada de energia solar, está posicionado atrás de Minas Gerais (4,77 GW), Bahia (2,05), Piauí (2,1 GW) e Ceará (1,25 GW). O estado potiguar registra 260 empreendimentos e possui potência outorgada de 10,95 GW. No Brasil, são 19.641 empreendimentos, 14,33 GW de potência fiscalizada e 142,64 GW de potência outorgada.

Ao todo, o RN registra 70.335 empreendimentos de geração distribuída (instalações em residências), com 671.458 kW de potência instalada. Ainda segundo o Indicador de Inteligência do Cerne, o RN lidera o número de poços para exploração de petróleo e gás: são 4.223, quase metade dos poços de todo o Brasil (8.843). Durante o lançamento da base de dados, nesta terça-feira, autoridades e representantes de entidades ligados ao setor de energia comentaram sobre a importância do acesso facilitado às informações, conforme dispostas na ferramenta.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Sílvio Torquato, destacou que o serviço irá permitir conhecer, de fato, os reflexos das novas cadeias energéticas no Estado. “Costuma-se dizer que as energias renováveis chegaram ao Rio Grande do Norte mas não têm impactado na vida do cidadão. Então, com essa ferramenta, o Governo, a sociedade e as diversas federações terão condições de observar exatamente como essas fontes impactam positivamente as empresas e nossos municípios”, afirmou Torquato.

Ana Adalgisa Dias, coordenadora executiva de Relações Institucionais e Mercado da Federação das Indústrias (Fiern), pontuou que a nova ferramenta vem para amplificar as informações sobre o setor. “A indústria do RN é muito forte exatamente por conta dos recursos naturais. Então, as energias renováveis são o grande foco da economia potiguar. Ter acesso a dados como estes fortalecem, inclusive, aquele que a própria Federação já acompanha por meio do nosso Atlas de Energias Renováveis. Além disso, essas informações fazem com que investidores nos olhem com mais segurança e percebam nossa vocação de gerar riquezas”, disse.

Tribuna do Norte

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