É possível afirmar que a Olimpíada de Paris-2024 seria bem diferente para o Brasil se não fossem as mulheres. As atletas brasileiras são responsáveis diretas por nove das 13 medalhas conquistadas pelo País na capital francesa, contra três alcançadas por competidores homens. Nesta terça-feira, elas garantiram mais um pódio após a seleção brasileira feminina de futebol bater a Espanha e avançar à disputa pelo ouro – o time masculino sequer se classificou para jogar a Olimpíada. Entre elas duas potiguares. Antônia Silva e Priscila. A seleção disputa a medalha de ouro no sábado (10), contra os Estados Unidos, algoz da amarelinha nas finais de Atenas-2004 e Pequim-2008.

Natural de São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal, Priscila começou entre as titulares na vitória contra a Seleção Espanhola, atual campeã do mundo, nesta terça-feira (6). Novidade na escalação, a atacante esteve envolvida em dois dos quatro gols da amarelinha e foi um dos destaques na vitória.
Titular da equipe comandada pelo técnico Arthur Elias, Antonia atuou durante a fase de grupos até o primeiro jogo contra a Espanha, quando sofreu uma grave lesão e deixou o campo às lágrimas após tentar seguir na partida, mesmo com dores. Os exames constataram uma fratura na fíbula da lateral, que tirou a defensora nascida em Riacho de Santana fora do restante dos Jogos.

Antonia e Priscila vão fazer parte de um grupo seleto de potiguares, que disputaram os Jogos Olímpicos e foram medalhistas na competição. Elas se juntam a Virna Dias, Vicente Lenilson e Italo Ferreira que levaram o Rio Grande do Norte ao pódio olímpico em edições anteriores.

Virna Dias trouxe a primeira medalha do RN nos Jogos de Atlanta, em 1996. A ex-jogadora de vôlei conquistou o bronze com a Seleção Brasileira ao superar a Rússia na disputa por 3 sets a 0. Além da primeira vez de uma potiguar medalhista, também foi a primeira medalha do país na modalidade. Na edição seguinte, em Sydney-2000, a natalense conquistou novamente a medalha de bronze, superando os Estados Unidos por 3 sets a 0.
Natural de Currais Novos, Vicente Lenilson conquistou duas medalhas no revezamento 4 x 100 metros nas Olimpíadas.

Em Sydney-2000, o potiguar levou a medalha de prata ao lado de Claudinei Quirino, André Domingos e Édson Luciano. Já em Pequim-2008, Lenilson finalizou em quarto lugar a prova junto de Sandro Viana, Bruno de Barros e José Carlos Moreira. Entretanto, o jamaicano Nesta Carter foi pego no exame antidoping e o time que conquistou o ouro na prova foi desclassificado. Com a punição, a equipe brasileira herdou o bronze nos Jogos de Pequim.
Nas ondas da praia de Tsurigasaki, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Italo Ferreira levou o Rio Grande do Norte ao primeiro lugar do pódio. Natural de Baía Formosa, o potiguar conquistou a medalha de ouro no surfe masculino. Com 15.14, contra 6.60 do japonês Kanoa Igarashi, Italo se tornou o primeiro atleta nascido no RN a conquistar uma medalha de ouro.

ESTRELA MUNDIAL
A principal estrela brasileira em Paris foi Rebeca Andrade. Em sua terceira participação em Jogos Olímpicos, a ginasta de 25 anos conquistou quatro medalhas, sendo uma de ouro, duas de prata e outra de bronze. Em seu maior momento na competição, desbancou a norte-americana Simone Biles no solo e foi reverenciada pela adversária no momento de subir ao pódio. O desempenho da atleta na atual edição garantiu a ela o posto de maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis pódios

Quem também viveu o ápice em Paris foi a judoca Beatriz Souza, medalha de ouro na categoria acima de 78 quilos. Em sua primeira participação em uma Olimpíada, a atleta de 26 anos teve uma trajetória consistente até o pódio. Ela derrotou Romane Dicko, atleta da casa, por ippon, nas semifinais, enquanto na decisão bateu a israelense Raz Hershko, segunda do ranking mundial.

Outra atleta a estrear no pódio é Larissa Pimenta. Em sua segunda Olimpíada, a atleta do Pinheiros de 25 anos ficou com o bronze. Tanto ela quanto Bia Souza levaram outra medalha de bronze na disputa por equipes, cuja principal personagem foi outra mulher: Rafaela Silva. Beatriz Ferreira foi quem melhor representou o Brasil no boxe. Depois dos insucessos de Keno Marley e Abner Teixeira, favoritos ao pódio, a boxeadora voltou a repetir a boa participação apresentada em Tóquio, em 2021, quando foi bronze, mas desta vez indo até a final e ficando com a prata.

Quem também ficou com o segundo lugar em Paris foi Tatiana Weston-Webb, que superou a líder do ranking mundial Caitlin Simmers no caminho até o pódio, se tornando a primeira brasileira medalhista da modalidade. Prata em Tóquio, Rayssa Leal também correspondeu às expectativas por medalha e subiu novamente ao pódio. A maranhense de 16 anos chegou a ficar em um cenário difícil na final do skate street feminino, mas conseguiu reverter a situação com boas manobras e ficou com o bronze.

Tribuna do Norte

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