Familiares do representante comercial Thiago Almeida de Paula, de 37 anos, que morreu na queda do avião da VoePass, na cidade de Vinhedo, no interior de SP, na última sexta-feira (9), se despediram dele com homenagens, nesta quinta-feira (15). O sepultamento aconteceu em um cemitério Mossoró, onde ele morava.
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O corpo chegou à cidade do Oeste potiguar nesta quarta-feira (14) e foi velado em uma igreja evangélica frequentada por Thiago, no bairro Doze Anos.
Na manhã desta quinta, o pastor da igreja realizou uma breve cerimônia, com pedidos de orações e palavras de conforto. Por volta das 8h30, o caixão com o corpo de Thiago foi levado de carro até o cemitério.
Na chegada, a esposa, a mãe e os filhos carregaram uma faixa em homenagem a ele. Na despedida, houve aplausos e emoção de familiares e amigos.
Foram entregues flores brancas e deixadas várias coroas de flores no local, em demonstração de carinho a Thiago. Mãe do representante comercial, Lúcia Almeida lembrou da alegria do filho.
Viúva de Thiago, Fernanda Góis disse que vive o momento mais difícil de sua vida, com a partida do seu companheiro.
“A única coisa que eu posso dizer é que eu agradeço muito a Deus pelo tempo que Thiago passou comigo, pelo pai que ele foi, o esposo, o filho. Thiago era um homem exemplar e eu estou pedindo muito força a Deus para seguir. Nós não vamos ter ele fisicamente, mas ele sempre vai estar aqui com a gente”, declarou.
Natural de Fortaleza, Thiago Almeida chegou há mais de 20 anos em Mossoró e atuava como representante comercial na área de materiais de construção, madeiras e ferragens. Ele tinha viajado ao Paraná para participar de uma convenção de vendedores.
Thiago deixa dois filhos – um jovem de 18 anos e uma menina de 9 – além da esposa.
Outro morador do Rio Grande do Norte que morreu no acidente foi Constantino Thé Maia, de 50 anos de idade. Ele também era representante comercial e retornava ao estado após participar de uma convenção no Paraná. Natural de Pernambuco, ele morava em Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal.
Tino, como era mais conhecido pela família, teve o nome confirmado entre as vítimas do acidente pela Voepass apenas no dia seguinte à queda do avião, no sábado (10). A confirmação fez o número de vítimas subir de 61 para 62.
Segundo a família de Constantino, a morte dele só foi confirmada quando parentes do representante comercial já estavam em São Paulo em busca de informações – cerca de 18 horas depois do acidente.
Os familiares contaram que a empresa chegou a ligar para o filho de Tino, de 16 anos, e a mãe dele, de 80, para confirmar se ele estava naquele voo. Constantino deixou esposa e dois filhos.
De acordo com a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave, as vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72, que saiu de Cascavel (PR) às 11h58 com destino a Guarulhos (SP).
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. “A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.
A companhia aérea afirmou em nota que o avião que caiu estava apto a voar e sem restrições. O Cenipa, órgão da aeronáutica responsável pela investigação do acidente, disse em coletiva que ainda é prematuro apontar as causas do acidente.
A Anac informou que a aeronave se encontrava em condição regular para operar, com certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos, além dos tripulantes com documentação em dia.
“O voo contava com quatro tripulantes a bordo no momento do acidente e todos estavam devidamente licenciados e com as habilitações válidas”, disse a Anac.
Segundo o secretário de Segurança de Vinhedo, Osmir Cruz, a aeronave caiu próximo de uma residência com moradores dentro, mas nenhuma pessoa em solo ficou ferida.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lamentou o acidente e disse que vai monitorar “a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes”.
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o acidente.
g1 RN