O prefeito Carlos Eduardo Alves (PSD) abriu a série de entrevistas com os quatro principais candidatos a prefeito de Natal nas eleições de 6 de outubro, no “Jornal da Manhã”, da FM 93.5, Jovem Pan News Natal. O ex-prefeito disse que vai manter as parcerias público-privadas recentemente aprovadas, como a concessão do Teatro Sandoval Wanderley, no Alecrim, para o Sesc, e o do Complexo Turístico da Redinha. Também disse que “é uma falácia” a narrativa de que o antigo Plano Diretor inibiu a expansão imobiliária em Natal, que considera estar atrelado a ciclos econômicos do país.

No “Jornal da Manhã” desta terça-feira (27), o entrevistado é a do candidata do PT, deputada Natália Bonavides. Depois, o deputado federal Paulinho Freire (União) na quarta-feira (28) e, por último, o ex-deputado Rafael Motta (Avante), na quinta-feira (29). Cada candidato a responde perguntas dos apresentadores por 25 minutos, com direito a um minuto para considerações finais.

Parceria público-privada
“A primeira parceria público-privada da cidade de Natal realizamos para dar uma solução do lixo doméstico de Natal e do lixo hospitalar, que era recolhido e jogado na Cidade Nova, causando um atentado, um crime contra a questão ambiental e contra a saúde pública. Essas propostas de parceria público-privada são extremamente válidas, positivas, na medida em que a prefeitura muitas vezes não tem os recursos para resolver e pode buscar sim a parceria da iniciativa privada.”

Saúde
“Nós inauguramos o primeiro hospital em 400 anos de prefeitura, que foi o hospital Newton Azevedo com 120 leitos, dos quais 20 leitos de UTI. Lá fazia-se um curativo até cirurgias eletivas. Esse hospital, inexplicavelmente, da noite para o dia foi fechado. Isso ocasionou dificuldade para atendimento da saúde, porque superlotou as UPAs e unidades de saúde. Tem um projeto em curso de construção de um hospital, eleito, vamos dar continuidade e fazer pela necessidade que tem na realidade o hospital, e vamos buscar também razões porque foi fechado esse hospital. Ao lado da maternidade Leide Morais temos um terreno, onde vamos construir um hospital da mulher. Sabemos que precisamos do apoio do governo federal, porque, por exemplo, o hospital Newton Azevedo, que funcionava, ele era bipartite, tinha recursos da prefeitura e tinha recursos do governo federal, custava a prefeitura em torno de R$ 1 milhão por mês e ao Governo Federal ao redor de R$ 1,2 milhão por mês. Nós temos como meta construir dois centros veterinários, nas Zona Norte e Oeste e buscar parcerias em qualquer esfera de governo, estadual, federal ou até com a participação da iniciativa privada.

Expansão imobiliária
Primeiro isso não obedece a Plano Diretor, isso são ciclos econômicos. A narrativa que o Plano Diretor impediu de crescer Natal é uma narrativa falsa, falaciosa, inconsistente. O período que Natal mais cresceu, o boom imobiliário de Natal foi em meados da década de 90 até o nosso período de prefeito. Natal recebeu os reflexos da crise econômica nacional. Quem não se lembra o governo da presidente Dilma Rousseff, com PIB negativo de 3,5%, inflação de dois dígitos, 18 milhões de desempregados, uma recessão econômica jamais vista na história do Brasil. Então os investimentos paralisaram. Depois veio a administração do presidente Temer, que votou o teto fiscal, fez a reforma da previdência e isso acenou para o mercado, que voltou a investir até no início do governo do presidente Bolsonaro. Depois veio a pandemia, a economia se retraiu novamente, a pandemia foi embora há mais de dois anos, e a gente vê um reaquecimento imobiliário no Brasil. Em Natal, João Pessoa, Aracaju, Porto Alegre, Belo Horizonte. O Plano Diretor não é um plano do prefeito, o Plano Diretor é discutido, debatido pela cidade, pelas instituições, pelo cidadão, pela cidadã durante dois anos, é uma lei, Estatuto da Cidade, uma lei federal, que há cada dez anos deve ser revisto, a cidade deve discutir e escolher os seus caminhos. O plano de 2007, por exemplo, vinculou uma coisa muito sensata e correta. Crescimento, sim, mas aliado a saneamento básico, não pode construir pra morar em cima de fezes, de baratas e ratos. Naquela época, a Caern, por exemplo, não tinha a informação da capacidade de bacia da cidade, coisa que em 2017/2018, com o novo plano, a Caern já dispunha desta informação. O que foi possível avançar a cidade, que discutiu novamente. Há uma contaminação da politicagem nessa discussão. O IBGE é uma instituição centenária de mais alta credibilidade e afirmou no último Censo de dois anos atrás que o Brasil passa por um movimento de descentralização das metrópoles. As famílias pobres, carentes, saíram da cidade e foram morar nos arredores em busca de aluguéis mais baratos. E o rico, classe média e o rico, foram em buscas dos grandes condomínios, que já venceram em Parnamirim, já venceram São Gonçalo, hoje está se loteando em Macaíba e até em Nísia Floresta, que já tem dois ou três loteamentos. Isso é um fenômeno que não ocorre só em Natal”.

Áreas interesse turístico
A nossa principal atividade econômica é o turismo, é a que mais gera trabalho, salário e divisas para Natal e para o Rio Grande do Norte. Temos um tripé econômico, turismo, comércio e empresas prestadoras de serviço. O turismo é o carro-chefe. Nós precisamos realmente repaginar o nosso litoral. Em 2012, quando eu voltei à prefeitura, nós começamos, elaboramos e concebemos esse projeto do enrocamento e da engorda de Ponta Negra. Fizemos a primeira etapa, o calçadão, os banheiros, os acessos, o enrocamento. E quando eu saí em 2018, tinha que ser executada a segunda parte, que era o enrocamento até o hotel Serhs e terminar dessa fase, finalmente, fazer a engorda, que é o recuo da praia, 100 metros, maré vazia, e 50 metros, maré cheia. E depois, um novo projeto de urbanização. Esse projeto da Redinha foi um projeto concebido também na nossa gestão, e que o atual prefeito fez muito bem em executar. Eu apenas acho que em Ponta Negra houve uma negligência indesculpável, porque quando eu saí em 2018. deixamos as licenças todas dentro do IDEMA. E esse projeto a prefeitura engavetou 2018, engavetou 2019, engavetou 2020, engavetou 2021. E quis retomar em 2022 a caneladas, da noite para o dia. Por isso está essa confusão toda. Tomara que acabe essa confusão, porque o prejuízo tem sido para a cidade.

Revitalização da Ribeira
Primeiro vamos ao diagnóstico. Em Natal apareceram os shoppings, os centros comerciais e os comércios de bairro. Hoje muitos e muitos bairros têm o seu próprio comércio. E a partir disso começou um esvaziamento da Ribeira e começa a alcançar o centro da cidade. Só não vai chegar ao Alecrim, que tem uma característica diferente. O Alecrim tem uma aliança do comércio com o camelódromo e lá se vende de tudo, se encontra de tudo. Então acho muito difícil o comércio do Alecrim ser atingido como foi atingido a Ribeira e o Centro Histórico de Natal. Quando prefeito fizemos uma grande iniciativa, mas que não logrou os seus resultados positivos, demos isenção de ISS e de IPTU para quem se estabelecesse aqui na moradia e comércio. Não saiu do canto. Nós temos que perseguir no sentido de que vire uma moradia e investir em atividades culturais”.

Déficit creches
“Quando prefeito universalizamos a educação infantil e a educação fundamental, garantindo vagas para todas as crianças que precisam naturalmente estar na sala de aula. Agora, Natal tem uma deficiência de creches, aquela criança que nasce até os três anos, há realmente essa deficiência, a nossa proposta pode ser uma parceria com a iniciativa privada”.

Tribuna do Norte

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