Com a chegada do novo analista de desempenho, Lucas Gomes, o treinador Roberto Fernandes ganhou um grande aliado para combater os problemas que estão prejudicando o desempenho da equipe alvinegra, que vem acumulando insucessos ao longo da temporada. O novo profissional tem 25 anos, mergulhou na carreira há três e terá a função de estudar a fundo o desempenho da equipe, cada setor e cada atleta nos jogos. Tudo estará sendo realizado sem tempo de adaptação, porque o clube necessita de resultados positivos para ontem.
Em sua entrevista pós-jogo, Roberto Fonseca disse logo após o confronto diante do Athletic, em Minas Gerais, que a equipe potiguar necessitava ser mais incisiva e mais letal no setor ofensivo, então a função de Lucas Gomes será apontar os caminhos para o comandante técnico chegar ao ponto desejado.
“Essa campo da análise de desempenho é muito amplo, mas com um olhar bastante apurado nós acompanhamos a partida de futebol sintonizados aos mínimos detalhes. Por exemplo, se o nosso treinador cobra uma equipe mais incisiva, analisando o nosso adversário, eu terei condições de apontar as fragilidades que poderão ser exploradas pelos nossos homens de ataque para chegar ao gol. Isso pode ser feito também avaliando o desempenho individual de cada atleta, ver as dificuldades que eles estão encontrando no momento das finalizações e passar para o técnico buscar corrigir a situação nos treinos”, salienta.
A função de analista de sistema ganhou corpo no Brasil há cerca de 15 anos, quando Tite criou um departamento no clube com profissionais voltados apenas para estudar os adversários. De lá para cá foram surgindo cada vez mais profissionais da área e a figura desse profissional se tornou indispensável dentro de qualquer comissão técnica.
Falando em linhas gerais, para evitar entregar o ouro aos “bandidos”, Lucas Gomes ressaltou que analisou a última partida da equipe alvinegra na Série C do Brasileirão e notou que o time apresentou um bom comportamento defensivo, mas o problema foi que o time estava ficando pouco com a bola. Valorizar a posse de bola, então pode ser uma das indicações para o treinador Roberto Fonseca passar para os atletas, como forma de minimizar os riscos de sofrer gols.
“Quem viu a final do último Mundial e escutou a entrevista de Guardiola, observou que o treinador se mostrou bem incomodado com o modo de jogar do Fluminense. No final, o time inglês até ganhou com facilidade, mas o que preocupou o técnico, certamente, foi o nível de posse de bola do time de Fernando Diniz. Dificilmente uma equipe fica mais com a bola do que o City, que impõe sua forma propositiva de jogar contra os adversários”, observou.
Embora exista também a figura dos analistas de mercado, profissionais diretamente ligados às contratações, vez ou outra quando está se avaliando um nome para reforçar um clube e quando é chamado a opinar, o analista de desempenho pode fornecer informações valiosas ao treinador. Porém, Lucas Gomes destaca que essa não é a função de um profissional ligado ao desempenho. No América quem auxilia o treinador Marquinhos Santos na área é Paulo Victor.
Com relação à formação para trabalhar na área, o profissional abecedista ressalta que por ser uma profissão relativamente nova no país, não existe ainda uma formação específica para poder desenvolvê-la.
“No meu caso, cursei Educação Física e sempre gostei muito de futebol. Talvez essa seja a exigência maior, gostar do esporte. A análise que se faz de um jogo é muito profunda, chega aos detalhes. Posso dizer que existe muita complexidade dentro de uma partida e olha que antes de entrar nesse ramo eu pensava que conhecia o futebol, mas depois descobri que não sabia quase nada”, salientou.
O analista de desempenho utiliza uma variedade de métodos e ferramentas para coletar dados durante os treinos e jogos. Isso pode incluir o uso de câmeras de vídeo, softwares especializados e outras tecnologias avançadas. Durante as partidas, o analista pode monitorar aspectos como posse de bola, passes, finalizações, desarmes e movimentação dos jogadores em campo.
Tribuna do Norte