O uso de inteligência artificial (IA), responsável por permitir a automatização de variados processos, já é uma realidade no campo da saúde da mulher. Apesar disso, o exame físico continua sendo fundamental e deve ser anterior a solicitação de outros procedimentos com uso da tecnologia. É o que alerta o médico Gustavo Mafaldo, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (SOGORN). A informação foi repassada durante entrevista ao Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, nesta segunda-feira (29).

De acordo com o especialista, a essência da medicina segue firmada na relação médico-paciente. Isso significa que o diálogo, a anamnese (processo de coleta de informações detalhadas sobre a história médica, social e familiar de um paciente) e o exame físico por meio do toque são essenciais para o diagnóstico de problemas como câncer de mama.

Gustavo Mafaldo não deixa de frisar, contudo, que o uso da IA como ‘coadjuvante’ é positivo na área médica. Um exemplo disso é o monitoramento dos batimentos cardiofetais por meio de equipamentos que podem ser colocados sob o abdomên da gestante. A partir disso, são registrados dados para serem monitorados. “Se tiver uma desaceleração de batimentos cardíacos, ou excesso de contração, isso pode ser alertado pelo equipamento para as medidas serem tomadas”, complementa.

Detecção do câncer de colo de útero e câncer de mama

No caso do câncer de colo de útero, de acordo com o vice-presidente da Sogorn, o exame do papanicolau permite detectar lesões precursoras da patologia e impedir seu avanço. “O exame do papanicolau nos permite detectar lesões que podem vir a se transformar no câncer. Isso é raro. A maioria dos cânceres quando estão descobertos já estão avançados e trabalhamos no tratamento”, exemplifica. O exame é direcionado a toda mulher que tem ou já teve vida sexual, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos

Já na mamografia, embora não sejam detectadas lesões anteriores ao câncer, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar a sobrevida da paciente. Gustavo Mafaldo chama atenção, ainda, para a importância do autoexame para que as mulheres possam conhecer mais o próprio corpo e conseguir identificar alterações iniciais para buscar suporte médico. O público alvo do exame são mulheres a partir dos 40 anos.

Tribuna do Norte

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