Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira mostra que a avaliação dos brasileiros em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve nova variação negativa. O percentual dos que aprovam o trabalho do Executivo federal oscilou de 35% para 33% em relação a fevereiro, enquanto as percepções negativas sobre a gestão petista passaram de 34% para 33% no período. O grupo que classifica o governo como “regular” variou de 28% para 31%. Levando em conta a margem de erro, estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou menos, os três grupos são considerados estatisticamente equivalentes.
O novo recuo numérico na avaliação do governo Lula é o quarto consecutivo registrado pelo instituto de pesquisas desde agosto do ano passado, quando a gestão do presidente atingiu seu ápice de aprovação, de 42%.

O mau momento do Planalto junto à opinião pública reflete as percepções das pessoas em relação aos rumos do próprio país. Subiu de 43% para 49% o percentual dos que veem o Brasil caminhando na direção errada, enquanto os que têm percepções positivas passaram de 45% para 41%. Esta é a primeira vez desde outubro que o número de brasileiros que veem o país dando marcha a ré supera o dos que se dizem satisfeitos.

Nos últimos meses, pesquisas de opinião pública têm mostrado que a percepção de que os preços estão mais altos é o principal fator que puxa para baixo a avaliação do governo. Para 67% dos entrevistados pela Quaest, o poder de compra dos brasileiros diminuiu nos últimos 12 meses, enquanto 19% acham que aumentou. Nunca antes no governo Lula 3 houve tantas pessoas com o sentimento de que a inflação apertou, e tão poucas com a sensação de que bens e serviços estão mais em conta.

Quando perguntados especificamente sobre o trabalho do presidente, 50% dos entrevistados dizem aprovar (eram 51% em fevereiro), enquanto 47% afirmam que desaprovam (contra 46% do levantamento anterior). De novo, trata-se de um empate técnico entre os dois grupos.

Apesar da oscilação negativa no geral, Lula passou a ser mais bem avaliado no Sul do país, em meio à tragédia que atinge o Rio Grande do Sul em razão das fortes chuvas que provocaram enchentes em diversas cidades do estado. Nessa região, eram 57% os que desaprovavam o trabalho do presidente, percentual que agora é de 52%. Já a taxa de avaliações positivas subiu de 40% para 47% na comparação com os dados de fevereiro.

Lula também teve evolução junto ao segmento evangélico, público que mais tem sido avesso ao presidente desde a campanha eleitoral de 2022. Até fevereiro, havia 27 pontos percentuais separando os evangélicos que aprovam dos que desaprovam a atuação do presidente, distância que encolheu agora para 19 pontos. São 58% os que reprovam o trabalho de Lula, contra 39% que o aprovam.

Mais da metade (52%) dos brasileiros avalia que o governo trabalha para “atender às necessidades de todos”, enquanto 35% consideram que as ações são voltadas para “atender às necessidades de quem votou no Lula”. Os nordestinos e os mais pobres (que ganham até dois salários mínimos por mês) são os que mais acham que o governo federal atua pelo bem de todos, enquanto os mais ricos e os evangélicos são os que menos acreditam nisso — o que mostra que a desconfiança desse segmento religioso não evaporou.

Promessas e programas
A maioria da população diz acreditar que Lula não tem conseguido entregar aquilo que prometeu durante a campanha de 2022. Essa é a avaliação de 63%, sete pontos percentuais a mais que os 56% que faziam essa declaração em dezembro. A taxa dos que acreditam que o petista tem feito o que prometeu baixou de 38% para 32% no mesmo período.

Os moradores do Sudeste, a região mais populosa do país, são os mais insatisfeitos com o nível de entregas do presidente. Para 74% dos eleitores da região, Lula está aquém do que havia prometido na campanha — taxa que era de 59% há cinco meses. Os sudestinos que se dizem satisfeitos com os resultados apresentados minguaram de 34% para 22%.

O presidente tem reclamado das ações de comunicação de seus ministros, alegando que a população não está sendo bem informada sobre as realizações do governo.

Tribuna do Norte

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