As famílias potiguares devem movimentar aproximadamente R$ 91,4 bilhões em bens de consumo em 2024, o que representa um crescimento de 6% no comércio do Rio Grande do Norte em comparação com o ano passado (R$ 86,2 bilhões). Os setores automotivo, de alimentação, de habitação, higiene e cuidados pessoais são os que possuem os maiores potenciais de consumo. A conclusão é da Pesquisa Índice de Potencial de Consumo (IPC Maps), que se baseia na previsão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%. Em todo o País, os consumidores deverão desembolsar R$ 7,3 trilhões, uma alta de 2,5%.
As projeções positivas animam consumidores e comerciantes. O vendedor João Paulo Paulino, 39 anos, confia nas boas perspectivas. “A gente torce sempre para a melhora, hoje em dia a gente percebe que as vendas estão muito instáveis, tem dia que vende bem, tem dia que não vende, mas essa projeção é boa sim, temos metade do ano ainda para perseguir essa meta, que espero que possa aquecer nossa economia, isso movimenta todos segmentos do comércio e isso é bom”, analisa.
A bióloga aposentada Marilde Araújo, 69 anos, afirma que um maior consumo tem impacto em toda a cadeia econômica. “Se as pessoas consumirem mais, a competitividade aumenta, os preços baixam e isso é bom para todo mundo, para as lojas porque vai ter mais movimento e isso significa mais emprego e também para os clientes também. É importante projeções assim porque nos dá uma confiança que as áreas comerciais da cidade sejam resgatadas”, diz a moradora da Cidade Alta.
Em relação aos hábitos de consumo, a pesquisa verificou que as maiores despesas do potiguar serão com habitação (R$ 15,17 bilhões); alimentação no domicílio (R$ 10,60 bi); veículo próprio (R$ 9,47 bi) alimentação fora de casa (R$ 6,04 bi); higiene e cuidados pessoais (R$ 3,80 bi); plano de saúde e odontológico (R$ 3,06 bi); educação (R$ 2,38 bi); medicamentos (R$ 2,37 bi); vestuário confeccionado (R$ 2,35 bi); recreação e cultura (R$ 1,89 bi); e outras despesas (R$ 13,24 bi).
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-RN) avalia que os resultados da pesquisa são satisfatórios para o cenário local, sobretudo em um contexto de endividamento e inadimplência, pontua o presidente da instituição Marcelo Queiroz. “Um crescimento de 6% inserido num contexto em que, por exemplo, as vendas do comércio varejista potiguar no ano passado cresceram apenas 0,5%; a inflação acumulada no ano de 2024 está em 3,93% é muito satisfatório”, comenta.
Para Queiroz, o desempenho do Rio Grande do Norte na pesquisa é explicado por uma série de fatores. “Podemos citar principalmente a queda do desemprego em virtude do aumento na oferta de vagas formais, que temos verificado desde o ano passado (especialmente nos segmentos de comércio e serviços), e o aumento de 11,8% na renda média do trabalhador do RN verificado entre março de 2023 e março deste ano. A estes dois dados se soma o aumento considerável na oferta de crédito”.
Natal tem previsão de queda no consumo
Embora o IPC Maps aponte crescimento de 6% no Estado, a capital tem previsão de queda de 4,3%, com menos dinheiro circulando em 2024 no comparativo com o ano passado. Segundo o levantamento, os consumidores natalenses movimentarão R$ 30,1 bilhões neste ano, enquanto em 2023 o montante chegou a R$ 31,5 bilhões em diversos setores de consumo. A capital será responsável por 32,9% dos valores movimentados no Rio Grande do Norte. Parnamirim (11,4%), Mossoró (8,9%), São Gonçalo do Amarante (3,1%) e Caicó (2%) são os outros municípios que mais contribuem para o consumo no Estado.
Consumo nacional terá alta de 2,2%
Ao longo deste ano, as famílias brasileiras deverão desembolsar cerca de R$ 7,3 trilhões com os mais diversos itens de bens de consumo, o que representa um aumento de 2,5% em relação ao ano passado. Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, esse incremento ainda é baixo em comparação ao verificado em 2023 (de 3,1%) e em 2022 (de 4,3%) mas mostra que o País vem se recuperando.
“Até 2019, nossa economia crescia a passos bem lentos, na média de 1% ao ano. Em 2020, veio a covid-19 e derrubou brutalmente a economia mundial como um todo e, depois disso, o Brasil felizmente conseguiu se levantar e passou a apresentar índices maiores de crescimento”, avalia.
Sobre as preferências dos consumidores na hora de gastar sua renda, o realce continua sendo para a categoria de veículo próprio, cujas despesas devem somar R$ 797,8 bilhões, comprometendo 12,5% do orçamento familiar, em detrimento de outros segmentos, como alimentação e bebidas no domicílio, que respondem por 11% da renda doméstica.
Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, o IPC Maps destaca-se como o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do País, com base em dados oficiais, através de versões em softwares de geoprocessamento.
Consumo em números
Pesquisa Índice de Potencial de Consumo (IPC Maps)
Quantidade de empresas:
265.360 (+4%)
(*) Comparativo em relação a 2023
Fonte: IPC Maps 2024
Tribuna do Norte