O médico potiguar Roberto Vital está em Paris como um dos coordenadores médicos da delegação brasileira na França, onde participará de sua oitava Paralimpíada. A evolução tanto de tratamento quanto do próprio esporte, que exige dos paralímpicos dedicação idêntica à de qualquer campeão olímpico são apontados por ele como destaques nesse período. A jornada de Vital, que sempre teve a carreira ligada ao esporte, começou em Atlanta, EUA – 1996. A competição terá sua abertura na próxima quarta-feira (28), no Champs Elysees.

Com o nome marcado na história do esporte paralímpico nacional, neste momento Roberto Vital disse ter muito a agradecer por toda a confiança depositada no seu trabalho. “É uma importância muito grande. A gente, quando trabalha no esporte, não segue para uma competição desta magnitude com outra intenção a não ser cuidar dos atletas para poder apresentar o melhor dentro dos Jogos. Não vamos por interesse financeiro ou alguma coisa assim, e eu fico muito gratificado de fazer parte do movimento paralímpico, desde a minha formação na imersão esportiva e fisiatria”, disse.

Na França, Vital só pensa em ver a delegação nacional colocada novamente entre as dez melhores do ranking. “Paris é mais uma nova paralimpíada, e que é fundamental, e eu espero que o Brasil, com o avanço que teve durante todos esses anos, todas as paralimpíadas, fique novamente no top 10 mundial, entre os 10 primeiros do mundo. A gente tem uma equipe muito forte em todas as modalidades”, ressaltou.

A confirmação do convite para integrar a equipe médica partiu do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Misael Conrado, que Roberto Vital teve a oportunidade de acompanhar a carreira e viu ele ser apontado como o melhor atleta paralímpico jogando futebol para cegos, a quem ele fez questão de agradecer junto com o seu vice-presidente, Jóos, considerado outro “monstro” dentro do movimento paralímpico. “Quero agradecer essa oportunidade de estar aqui em Paris, com essa delegação, nessa paralimpíada. Estou com a modalidade de natação, com 37 atletas, inclusive alguns do Rio Grande do Norte, como a Cecília, que é potiguar, mas que está morando em São Paulo”.

Com tantas provas no currículo, além da oportunidade de presenciar experiências novas, ele disse que sempre buscou tirar o melhor proveito possível da oportunidade, buscando adquirir mais conhecimento sobre os mais diversos temas ligados à área. “Uma coisa fundamental que fez uma mudança muito grande desde Atlanta até hoje foi o avanço tecnológico, tanto nos esportes que precisam de equipamento, por exemplo, cadeira de rodas, que hoje são bem mais leves de fibra de carbono, como também o avanço tecnológico na área médica. Hoje você tem avanço tanto na medicina, na fisioterapia, na fisiologia, na nutrição, então todas as áreas de saúde que você faz com que o atleta consiga ter o melhor rendimento, não só com o treinamento, mas com uma boa alimentação, controle de sono”, destacou.

Com a experiência de décadas, Roberto Vital ressalta que não ocorrerá mais retorno e que a evolução vai aumentar na busca de melhorar a condição de vida dos paratletas e deixar as competições cada vez mais difíceis. “O atleta paralímpico tem que ser um profissional de alto rendimento, porque não dá para ele trabalhar, por exemplo, e competir como antigamente nas outras paralimpíadas. Então hoje ele tem que se dedicar exclusivamente ao esporte e deve abdicar de muitas coisas se desejar competir em alto nível”, salienta.

O recordista potiguar de participação em Paralimpíadas também fez questão de agradecer as pessoas que considera muito especiais para que este momento pudesse acontecer. “Também gostaria de agradecer a toda a minha família. Minha mãe, Maria Deus Vidal, minha esposa Solange, meus dois filhos, Renan e Roberto Bezerra Vidal, bem como as minhas duas netas, Ana Lise e Laura, essa oportunidade de estar aqui e a compreensão deles, de a gente ficar muito tempo afastado de casa, mas sempre foi por um bom motivo, que é o movimento paralímpico”.

Tribuna do Norte

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