A deficiência de vitamina D, responsável por auxiliar a absorção do cálcio e a consequente manutenção dos ossos e dentes, pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e o desenvolvimento de diabetes tipo 2. É o que alerta a nutróloga Eveline Braga. A informação foi repassada durante entrevista ao Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, nesta sexta-feira (16).
De acordo com a especialista, a vitamina D é produzida a partir do colesterol presente na pele. Quando os raios UVB atingem essa camada do corpo, esclarece, o organismo consegue iniciar a produção da substância. No entanto, é preciso que o indivíduo exponha 80% do corpo ao sol sem nenhuma fonte de proteção, das 10h às 15h, por pelo menos 15 a 20 minutos.
O problema é que, somado aos riscos de desenvolvimento do câncer de pele, o hábito vai na contramão do cotidiano de boa parte da população. Até mesmo protetores solares com fatores de proteção menor, de acordo com a especialista, inibem parte significativa da produção da vitamina D. O resultado disso é a deficiência cada vez mais comum da substância, exigindo a suplementação para evitar efeitos sistêmicos.
“Uma deficiência de vitamina D pode provocar alterações ósseas no metabolismo do osso, aumentar o risco de doenças cardiovasculares, o câncer do trato gastrointestinal e o desenvolvimento de diabetes tipo 2”, exemplifica.
Fatores
Um estudo coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Edson Moreira, publicado em 2023, aponta que o Brasil é um país de risco de deficiência de vitamina D, com cenário próximo a países europeus. Os dados mostram que a prevalência de deficiência foi de 15,3% e insuficiência de 50,9% nas amostras de 1.004 doadores que foram analisadas na investigação.
Entre os fatores associados à deficiência da substância na população, segundo Eveline Braga, está o estilo de vida que acompanha o maior tempo da população dentro de ambientes fechados, necessidade do uso contínuo do protetor solar e a obesidade. Neste último caso, explica, a baixa produção acontece porque o tecido adiposo sequestra a vitamina D.
Importância da suplementação
Devido aos cenários variados que levam ao déficit da vitamina D, a nutróloga alerta a necessidade de realização do exame de sangue para constatação dos níveis da substância. Aliado a isso, chama atenção para a avaliação individual de cada quadro apresentado pela população. “A gente trata o paciente e não o exame. Então sempre temos que escutá-lo, entender a rotina de vida dele, a alimentação e depois complementamos com o exame”, ressalta.
Tribuna do Norte