Bolsa sobe 0,26% e interrompe sequência de três quedas

A piora nas expectativas financeiras internacionais fez com que a cotação do dólar ultrapassasse a casa dos R$ 5,80 na manhã desta segunda-feira (5). A moeda americana abriu a sessão em alta de 2,56%, aos R$ 5,8601, e chegou a bater em R$ 5,8805. Depois, porém, esse aumento arrefeceu, e o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,7414, uma alta de 0,56%.

O Ibovespa, principal índice da B3, por sua vez, abriu o dia com queda expressiva, de mais de 2%. No final da manhã, essa queda também foi atenuada, com dados divulgados nos Estados Unidos que apontaram para uma economia ainda aquecida. No fim, o índice acabou fechando com recuo de 0,46%, aos 125.269 pontos.

O pano de fundo desse cenário é o temor de uma recessão da economia americana. Na sexta-feira, dados de emprego nos Estados Unidos apontaram para a geração de 114 mil vagas em julho, abaixo do piso das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 135 mil a 225 mil vagas, com mediana de 180 mil. A taxa de desemprego aumentou, o salário médio por hora cresceu abaixo do previsto e os dados de junho e maio foram revisados para baixo.

Esses números desencadearam uma reavaliação imediata nas expectativas de Wall Street quanto ao início do corte juros nos EUA e azedou ainda mais o humor nas bolsas de Nova York na sexta-feira, sob o temor de que o Federal Reserve (FED, o banco central americano) tenha demorado muito para acionar a sua tesoura. As chances de uma primeira queda maior dos juros em setembro, de 0,5 ponto, passaram de 80%, conforme a plataforma CME Group. Por sua vez, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto, que até então era majoritária, caiu para cerca de 18%, após o relatório. Além disso, mesmo quem ainda tinha alguma dúvida sobre o início dos cortes dos juros americanos em setembro agora apostam que essa é mesmo a data para a redução.

Neste sentido, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro, que sairá nesta terça-feira (6), ganha ainda mais importância. Na semana passada, o colegiado manteve a Selic em 10,50%, como esperado, indicando que este nível deve permanecer pelo menos até o final de 2024. Em meio ao avanço das expectativas de inflação e das incertezas fiscais, alguns economistas não descartam alta do juro básico em algum momento. No boletim Focus divulgado hoje, a mediana das projeções para a Selic em 2025 subiu de 9,50% para 9,75% ao ano.

Tribuna do Norte

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