A Federação das Indústrias do RN (Fiern), disse em nota que a falta do acordo implicou no número de capacitações do Pró-Sertão, programa que poderia ser ampliado pela parceria. “No momento em que foi anunciada a chegada da Shein, a Fiern colocou-se à disposição para, em parceria com o Senai/DR-RN, capacitar 2 mil profissionais de costura para atender a esta demanda específica. No entanto, não houve finalização do acordo, e consequentemente não houve contratação do Senai”, informou a Federação.

A Fiern destacou também que, “em 10 anos, independentemente da concretização da vinda da Shein, o SENAI já capacitou mais de 4 mil pessoas, em diversos contratos com outras companhias”. Questionado se os altos tributos e a burocracia para instalação da varejista chinesa no Brasil podem ter influenciado na não concretização do acordo, o secretário Sílvio Torquato respondeu que o RN oferece diversos benefícios que são atrativos às empresas.

“De maneira nenhuma há empecilhos para instalações no RN. Uma prova disso é que a Guararapes fechou a unidade do Ceará para investir somente aqui. Tentamos viabilizar o acordo, fizemos viagens ao interior do Estado, onde está localizado a grande parte das oficinas de costura para apresentar o negócio e aguardávamos a parceria para entrar com os benefícios fiscais disponibilizados pelo Governo”, esclareceu o secretário.

A divulgação sobre a parceria, que envolveria a instalação de uma fábrica em Macaíba, na Região Metropolitana de Natal, foi feita no dia 29 de junho do ano passado e seria a primeira produção de roupas da Shein no Brasil. A previsão era de que as peças começassem a ser produzidas no mês seguinte para vendas pelo e-commerce da varejista. O anúncio aconteceu após reunião da governadora Fátima Bezerra, com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, o dono da Coteminas, Josué Alencar e com o presidente do Conselho para a América Latina da Shein, Marcelo Claure.

O documento previa que 2 mil dos clientes confeccionistas da Coteminas passariam a ser fornecedores da gigante asiática de moda para atender o País e a América Latina.

De acordo com reportagem do Valor Econômico entre as mudanças, estão exatamente a redução do prazo de entrega das peças de 60 para 30 dias, custos da matéria-prima e da logística de entrega por conta dos fabricantes e preço de compra pelo consumidor final – de peças como calça jeans – entre R$ 35 e R$ 50. Algumas empresas do Rio Grande Norte ouvidas pela reportagem do “Valor Econômico” disseram que chegaram a enviar amostras de tecidos e de itens para a China, porém, não avançaram nas negociações.

Tribuna do Norte

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