Presente em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que “o trem do Brasil já passou” na tentativa de mediar negociações de paz entre seu país e a Rússia.

Ele também afirmou que Lula não é mais um ator relevante no conflito, e não o será com o retorno de Trump à Casa Branca.

Zelensky deu as declarações em resposta a uma pergunta feita pela correspondente Bianca Rothier, da TV Globo.

“Hoje eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra, etc. Agora ele não é mais um ‘player’. Ele também não será um ‘player’ para Trump”, disse o presidente ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em entrevista à TV Globo durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em 20 de janeiro de 2025. — Foto: Reprodução/ TV Globo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em entrevista à TV Globo durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em 20 de janeiro de 2025. | Foto: Reprodução/ TV Globo

Não é a primeira vez que Zelensky critica a posição do presidente do Brasil no conflito. Ao longo de 2023, Lula investiu, sem sucesso, em tentativas de atuar como mediador de um diálogo entre Ucrânia e Rússia para o fim da guerra.

O presidente declarou naquele ano que a Ucrânia também tinha responsabilidade pela guerra e que Estados Unidos e União Europeia contribuíam para continuidade do conflito armado.

Em maio de 2024, Zelensky afirmou a jornalistas latino-americanos, em Kiev, que o governo brasileiro prioriza a “aliança” com a Rússia, um país “agressor”. Tanto Brasil quanto Rússia fazem parte dos Brics.

Em setembro, no seu discurso durante a Assembleia Geral das Nacões Unidas, Zelensky disse duvidar do “real interesse” de Brasil e China ao pressionarem para liderar o diálogo entre Kiev e Moscou.

Lula respondeu dizendo que o presidente da Ucrânia falou “o óbvio” em seu discurso, que é defender a própria soberania, uma “obrigação dele”. Ele afirmou também que não existia uma proposta de paz elaborada por Brasil e China, “mas uma tese que é importante começar a conversar”.

“Eu vou dizer mais, ele, se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. Isso depende da capacidade de sentar e conversar, ouvir o contrário e tentar chegar a um acordo para que o povo ucraniano tenha sossego na vida, é isso”., completou.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça — Foto: Yves Herman/Reuters

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça | Foto: Yves Herman/Reuters

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