Com 709 casos confirmados em todo o Brasil em 2024, a Mpox (ou varíola dos macacos) despertou o alerta do Ministério da Saúde que, nesta quinta-feira (15), anunciou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à doença. Apesar do holofote recente sobre o tema, a Mpox é doença em evidência a décadas. O primeiro caso foi registrado em uma criança, na República Democrática do Congo, em 1970.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, A mpox é uma zoonose causada pelo vírus monkeypox, do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. A essa família, também pertencem os vírus da varíola e o vírus Vaccínia, a partir do qual a vacina contra varíola foi desenvolvida.
A Opas aponta ainda que há duas cepas geneticamente distintas do vírus da mpox: a cepa da Bacia do Congo (África Central) e a cepa da África Ocidental. As infecções humanas com a cepa da África Ocidental parecem causar doença menos grave em comparação com a cepa da bacia do Congo.
Transmissão e tratamento
Tradicionalmente, conforme detalha a Opas, a mpox é transmitida principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados. A transmissão secundária ou de pessoa a pessoa pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de uma pessoa infectada, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão.
A transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias. Esta enfermidade também é transmitida por inoculação ou através da placenta (varíola dos macacos congênita). Não há evidência de que o vírus seja transmitido por via sexual.
Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, sem necessidade de tratamento. A atenção clínica deve ser otimizada ao máximo para aliviar os sintomas, manejando as complicações e prevenindo as sequelas em longo prazo. É importante cuidar da erupção deixando-a secar, se possível, ou cobrindo-a com um curativo úmido para proteger a área, se necessário. Evite tocar em feridas na boca ou nos olhos. Enxaguantes bucais e colírios podem ser usados desde que os produtos que contenham cortisona sejam evitados.
Em agosto de 2022, a Anvisa aprovou a dispensa de registro para que o Ministério importasse e utilizasse no Brasil o medicamento Tecovirimat, indicado para pacientes com risco de desenvolvimento de formas graves da doença. O antiviral tecovirimat foi doado ao Brasil pelo laboratório fabricante. Até a publicação desta matéria, porém, não há atualizações por parte do MS sobre o uso do medicamento em pacientes brasileiros na atualidade.
Vacinação
Quanto a vacinação, o Ministério da Saúde informou que a imunização contra a mpox no Brasil foi iniciada em 2023, durante a primeira emergência global pela doença, com o uso provisório de uma dose liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e priorizando pessoas com maior risco de evolução para formas graves da doença. Desde o início da imunização, mais de 29 mil doses foram aplicadas.
Tribuna do Norte