O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu segundo discurso aos demais chefes de Estado de países amazônicos para criticar a administração de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), e para defender que a Cúpula da Amazônia dê início a uma nova fase da América do Sul com o mundo. Sem citar diretamente o nome do ex-presidente no discurso lido, Lula o acusou de ter interrompido esforços pela proteção da floresta e pelo desenvolvimento sustentável.

“Nossas sociedades não souberam encontrar o equilíbrio entre o crescimento e a sustentabilidade, nem respeitar os saberes e direitos dos povos do campo, da floresta e das águas”, discursou Lula, no início da tarde desta terça-feira (8/8), em Belém (PA). “No Brasil, a partir da redemocratização, buscamos corrigir o rumo, valorizando o bioma e seus habitantes”, continuou.

O presidente ainda destacou os avanços no monitoramento da floresta e a redução do desmatamento na Amazônia, mas criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Não resolvemos todos os problemas, mas começamos a trilhar um caminho mais justo e sustentável. No entanto, a crise política que se abateu sobre o Brasil levou ao poder um governo negacionista com consequências nefastas. Meu antecessor abriu as portas para os ilícitos ambientais e o crime organizado. Os índices de desmatamento voltaram a crescer. Suas políticas beneficiaram apenas uma minoria que visa o lucro imediato”, discursou Lula, mirando em Bolsonaro.

“Felizmente, pela decisão soberana do povo brasileiro e seu compromisso com a democracia, conseguimos virar essa triste página da nossa história”, completou o petista.

Em seguida, o presidente brasileiro falou sobre os planos para mudar a realidade da floresta a partir de agora. “Estamos empenhados em reverter esse quadro. Já podemos ver resultados. Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma redução de 42,5% nos primeiros sete meses deste ano. Assumimos o compromisso de zerar o desmatamento até 2030”, afirmou.

“Vamos estabelecer, em Manaus, um Centro de Cooperação Policial Internacional para enfrentar os crimes que afetam a região. O novo Plano de Segurança para a Amazônia vai criar 34 novas bases fluviais e terrestres, com a presença constante de forças federais e estaduais”, prometeu Lula.

Metrópoles

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