A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quinta-feira (11) a 4ª fase da operação que investiga a suposta “Abin paralela” no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A operação Última Milha investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência para o monitoramento ilegal de autoridades públicas e a produção de notícias falsas.

Nesta fase, os agentes cumprem 5 mandados de prisão preventiva e 7 de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os mandados foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Foram decretadas as prisões preventivas e o afastamento dos cargos públicos de: Mateus de Carvalho Sposito; Richards Dyer Pozzer; Rogério Beraldo de Almeida; Marcelo Araújo Bormevet; e Giancarlo Gomes Rodrigues.
Os investigados foram responsáveis por criar perfis falsos nas redes sociais e divulgar fake news sobre jornalistas e integrantes dos Três Poderes. A “Abin paralela” também teria acessado ilegalmente computadores e telefones para monitorar pessoas e agentes públicos.

De acordo com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de: Organização criminosa; Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito;
Interceptação clandestina de comunicação; e Invasão de dispositivo informático alheio.

MONITORAR
“A continuidade das investigações também evidenciou a utilização dos recursos da ABIN para monitorar autoridades dos Poderes Judiciário (Ministros desta CORTE e os seus familiares) e Legislativo (Senadores da República e Deputados Federais), com o objetivo de obter vantagens políticas”, escreveu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que deferiu a operação realizada nesta quinta-feira.

De acordo com o magistrado, em relação ao monitoramento de membros do Poder Judiciário, a Polícia Federal trouxe diversos diálogos entre os investigados Giancarlo Gomes Rodrigues e Marcelo Bormevet indicando possíveis ações clandestinas contra o próprio ministro e o presidente atual da Corte, Roberto Barroso, com o escopo de questionar a credibilidade do sistema eleitoral. Ainda, conforme relatado pela PF, a difusão de desinformação em grupos infiltrados pela estrutura paralela da Abin afetou também o ministro Dias Toffoli.

Em relação ao Poder Legislativo, foram identificadas ações clandestinas para “caçar podres” do Deputado Federal Kim Kataguiri (inclusive contra os seus assessores), ocasião em que se descobriu que em momento anterior também foram realizadas ações contra o Deputado Federal Arthur Lira.

Tribuna do Norte

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