O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, disse nesta 3ª feira (9.jan.2024) que os atos extremistas do 8 de Janeiro tinham a intenção de prender e matar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Em entrevista à rádio CBN, Andrei ainda confirmou que a intenção dos envolvidos seria impedir que o ministro fosse relator do caso.
Segundo o diretor-geral, alguns dos investigados tinham a intenção de afastar, sequestrar e matar o ministro para prevenir que ele estivesse à frente das investigações. O plano teria sido encontrado em grupos de mensagens.
“Foram elementos colhidos em trocas de mensagens. Havia um movimento para impedi-lo de atuar no processo e na sequência para sequestrá-lo e matá-lo da forma mais brutal que se possa imaginar.”
Ele declarou que não poderia dar novos detalhes em relação à identificação dos autores do plano, mas reiterou que seria possível identificar os envolvidos pelas características presentes nas mensagens trocadas.
O plano foi trazido a público pelo próprio ministro em entrevista ao jornal O Globo. Havia, segundo o ministro, 3 planos para afastar Moraes das investigações envolvendo os atos extremistas.
O Globo – O senhor foi alvo desse discurso de ódio e se deparou na investigação com planos para prendê-lo.
Alexandre de Moraes: “Eram 3 planos. O 1º previa que as Forças Especiais [do Exército] me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No 2º, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio.
“E o 3º, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição.
“Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão. Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem.”
Os jornalistas do Globo não perguntaram para o ministro sobre evidências a respeito da existência desses planos nem sobre a possibilidade de execução desses possíveis atentados.
Em nota, funcionários da Abin disseram estar “consternados” com as declarações que indicam um “suposto envolvimento do órgão no planejamento de atentado contra a vida” do ministro. Eis a íntegra do posicionamento da Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin) (PDF – 166 kB).
Outros pontos da entrevista
Poder360