A varejista chinesa Shein afirmou à TRIBUNA DO NORTE, nesta terça-feira (16), por meio de nota, que “nunca teve planos de ter fábricas próprias no Nordeste ou qualquer outra região do Brasil” e destacou que a empresa “está comprometida com o processo de nacionalização anunciado em 2023 por meio de sólidas operações locais, marketplace, produção local e geração de empregos”.
“Anunciamos investimentos de R$ 750 milhões no País, em abril de 2023, para produzir peças localmente, por meio de parcerias com fábricas brasileiras, e operar um marketplace formado apenas por vendedores locais. Desde abril de 2023, a Shein está produzindo itens 100% Made in Brazil com ótima qualidade, mantendo os preços acessíveis a todos”, afirma.
A empresa não informou, no entanto, onde e qual o volume e ritmo dessa produção. A TRIBUNA DO NORTE enviou mais questionamentos, após o recebimento desse posicionamento, mas não recebeu respostas até o fechamento desta edição.
O posicionamento foi enviado após reportagem publicada pela TRIBUNA DO NORTE que relata a frustração dos empresários das oficinas de costura do Rio Grande do Norte com o fato de o acordo celebrado entre a varejista chinesa, a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) e o governo federal do Brasil, em julho de 2023, não avançar.
Desde outubro do ano passado, segundo os confeccionistas, não há mais conversas junto às oficinas por parte das duas empresas. O secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Sílvio Torquato, confirmou à reportagem na segunda-feira (15) que o acordo não prosperou e preferiu não comentar sobre expectativas em relação à possibilidade de a parceria ainda acontecer. “Não sabemos o que houve, mas ocorreu algum problema entre a Shein e a Coteminas, e nada andou. Nem dá para afirmar se a parceria pode se concretizar, porque é uma decisão que cabe somente às empresas”, explicou o gestor.
A varejista chinesa reafirma que seguirá “apoiando e desenvolvendo empreendedores e parceiros locais, proporcionando a eles, por meio de sua plataforma e modelo de negócio, um amplo mercado de valor agregado”, sem dar muitos detalhes sobre essa parceria pretendida.
No que diz respeito à Coteminas, a Shein informou que o grupo têxtil desenvolveu com algumas confecções do Pró-Sertão do Rio Grande do Norte itens para fornecimento à empresa, e que “os produtos desenvolvidos atenderam aos parâmetros de qualidade e custo da Shein, no entanto, a etapa de lavação e acabamento final das peças não foi concluída devido a problemas internos da Coteminas”.
A varejista chinesa afirma que é “importante destacar que assim que a Coteminas superar o atual momento de recuperação financeira, o grupo têxtil voltará a destinar esforços para o desenvolvimento e fornecimento de itens para a Shein”.
A Shein informou que está expandindo seu marketplace localmente e já conta com mais de 15.000 vendedores. “Esse modelo de negócios é responsável atualmente por 55% das vendas da empresa no Brasil. Em 2024, a empresa decidiu expandir o marketplace com foco em cinco estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul”, esclareceu.
Segundo a varejista, “o crescimento expressivo reforça o comprometimento da Shein com o Brasil, colaborando para a meta de ter 85% das vendas locais (tanto de vendedores locais do marketplace como de fabricantes) até o final de 2026”. Por meio de seu modelo único de negócio sob demanda, a companhia está revolucionando a indústria têxtil no país, promovendo inovação, maior eficiência e redução de desperdícios.
Tribuna do Norte