ENTREVISTA // Senador Rogério Marinho

O senador licenciado, líder da oposição e presidente estadual do Partido Liberal (PL) no Rio Grande do Norte, Rogério Marinho deu entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal, na última sexta-feira (21).

O senador Styvenson Valentim será seu companheiro de chapa nas eleições de 2026?
Styvenson é uma pessoa que eu não conhecia bem, mas eu fui a primeira pessoa que o chamou para participar da vida pública, depois pode perguntar ele. Na eleição para prefeito de Natal, eu convidei para almoçar comigo na época que eu era deputado federal, eu estava vendo a desenvoltura do senador Styvenson, era na época capitão da polícia. Eu acho que é importante que nós temos a oportunidade de conviver com pessoas como você, que tem retidão na forma de agir, que são intransigentes com o ponto de vista de não conviver com a corrupção, que tem espírito público. Então fui a primeira pessoa que o convidou para entrar na vida pública. Depois nos encontramos, eu como ministro de Estado e ele como senador da República. E agora estamos convivendo mais de perto, sentados praticamente lado a lado. Styvenson tem sido uma pessoa com quem nós convergimos, a maior parte dos nossos posicionamentos estão na mesma direção, estamos votando praticamente, pelo menos 70% dos nossos votos coincidem, estamos juntos, e politicamente no Estado estamos muito afinados. Ontem (dia 20), por exemplo, estávamos em Santa Cruz, no lançamento da pré-candidatura de Fernanda Costa à prefeita, e dividimos o palanque, como estamos fazendo também em vários municípios do Estado e provavelmente estaremos juntos em 2026.

O prefeito Álvaro Dias tem espaço nesse palanque?
Todo mundo, todo potiguar que tem espírito público, que ama o Rio Grande do Norte e se propõe a retirar esse desgoverno do poder que é a governadura Fátima Bezerra (PT), vai ter lugar do nosso lado. Porque nós estamos hoje num Estado em que infelizmente é colocado como exemplo de como não se governar. A nossa saúde pública, a educação, aliás, nós somos uma professora à frente do Estado e estamos nos últimos lugares do IDEB. Nós somos um estado que perdeu a competitividade, que se compara com os estados vizinhos, nós somos uma lástima. A sensação de segurança pública, na verdade, é de insegurança pública, as estradas regionais, sabe que saiu do Rio Grande do Norte em relação à Paraíba, o Ceará, não preciso olhar placa de sinalização, basta ver o piso. Nós somos um estado em que a governadora fala se ufanando, se achando que está fazendo tudo, porque tá pagando salário em dia. Isso é obrigação, governadora. Nós precisamos de um estado que leve em consideração a necessidade do conjunto da sociedade, que precisa voltar a acreditar que vamos ter oportunidades, que vamos ter emprego, vamos ter renda, vamos ter desenvolvimento, vamos ter inovação. Então todos aqueles que estiverem com esse propósito é evidente que estarão do nosso lado.

Como o senhor avalia a possibilidade do Avante se compor com PSD em Natal?
Eu acho que tanto o ex-deputado Rafael Motta como o ex-prefeito Carlos Eduardo, na verdade, têm muitas afinidades. Então, o fato de eles terem se digladiado nas eleições anteriores para eles não tem nenhum problema. Esse pessoal faz uma curva de 180 graus com muita desenvoltura. Então, não acho nada estranho o que acontecer entre eles. Mas uma preocupação que precisamos ter no Rio Grande do Norte, em Natal, no Brasil, é que as eleições municipais têm muito a ver com a questão local, é evidente. A gente quer saber quem vai tapar o buraco da rua, quem vai recolher o lixo. É a zeladoria, mas não dá pra gente dissociar também da postura que as pessoas necessariamente precisam ter à frente dos seus executivos municipais. O Brasil hoje vive um momento de muita conflagração, de muita divisão. E a gente precisa entender e respeitar quem tem uma visão diferente da que nós temos. Agora não adianta essa desumanização de um espectro de uma parte importante da sociedade brasileira. Nós representamos aqueles que respeitam a familia, a vida desde a sua concepção, o direito à propriedade, a liberdade econômica e religiosa, de opinião, essa é a essência do que é o Brasil na sua maioria, é evidente que estamos vivendo um momento de transição no mundo inteiro, existem pautas identitárias muito fortes, vamos respeitar as pessoas que pensam de uma forma e de outra e restabelecer o diálogo que é tão importante para a democracia.

O senhor é candidato à presidência do Senado mais uma vez?
Essa é uma conversa que vai se afunilar em outubro após as eleições municipais. Nós temos duas alternativas, ou nós nos posicionamos no sentido de marcarmos posição como fizemos no início dessa legislatura, ou nós fazemos um acordo para participarmos das comissões mais importantes e da mesa diretora da casa, até para tratarmos a pauta que nos interessa. Nós temos a questão do voto auditável, temos a questão da anistia de 8 de janeiro, nós temos a necessidade de definirmos mandato para os ministros do Supremo Tribunal Federal. Não dá para você ter uma pessoa passar 30 anos no STF descolado da realidade do objetivo da sociedade brasileira. Então são assuntos importantes que precisam ser levados em consideração e se nós nos compusermos pode ser que nós possamos tracionar a pauta.

Tribuna do Norte

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