Atual tricampeã mundial, Thalita Simplício conquistou neste sábado a medalha de prata nos 400m T11, para atletas com deficiência visual quase total ou total, nas Paralimpíadas de Paris 2024. Ao lado do guia Felipe Veloso, a potiguar de 27 anos cruzou a linha de chegada em 57s21 e ficou atrás apenas de Lahja Ishitile, da Namíbia, que estabeleceu o novo recorde paralímpico da prova com 56s20. O bronze ficou com a chinesa Shanshan He, que fez 58s25. Nos 100m T12, Joeferson Marinho faturou o bronze e levou o atletismo à sétima medalha em Paris.
– Eu não vou negar, eu queria muito esse ouro. A gente treina muito, eu estou com muita dor nesse fim de ciclo – lamentou a potiguar.
A medalha é a quarta da atleta em Jogos Paralímpicos. A potiguar já tinha três pratas no currículo: nos 400m e 200m em Tóquio 2020 e no revezamento 4x100m na Rio 2016.
Em Paris, Thalita fez uma semifinal controlada e avançou em primeiro lugar em sua bateria com 58s56, bem acima de sua melhor marca da carreira (56s60). Na final, tentou uma recuperação nos metros finais, mas não conseguiu alcançar Ishitile, que estabeleceu o novo recorde paralímpico com 56s20, superando os 56s28 de Cuiqing Liu em Tóquio 2020. Apesar da decepção de não ter vencido a disputa, a brasileira pode comemorar a melhor marca da temporada com os 57s21 que garantiram o segundo lugar.
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Thalita nasceu com glaucoma e tinha baixa visão, mas aos 12 anos ficou totalmente cega. Depois de passar por outros esportes, como natação, karatê e golbol, descobriu o atletismo aos 15 anos através de um projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Desde então, coleciona conquistas, com destaque para três títulos mundiais nos 400m T11, o último deles em maio deste ano, no Campeonato Mundial Paralímpico de Kobe, no Japão.
BRONZE NOS 100M T12
Nos 100m T12, para atletas com deficiência visual, Joeferson Marinho conquistou a medalha de bronze com 10s84. O paraibano de 25 anos, vice-campeão mundial em 2019, ficou atrás do turco Serkan Yildirim, ouro com 10s70, e do americano americano Noah Malone, prata com 10s71, em uma chegada emocionante definida no detalhe.
Joeferson nasceu com albinismo e aos três anos foi diagnosticado com baixa visão. Descobriu o atletismo aos nove e começou a disputar as Paralímpiadas Escolares em 2013. Com os bons resultados, passou a encarar o esporte como profissão e desde então vem se destacando na prova mais rápida do atletismo. Em maio deste ano, fez o melhor tempo de sua carreira, com 10s66 no Open de Atletismo, em São Paulo.
Na abertura do dia no Stade de France, nos 1500m da classe T13, para atletas com baixa visão, Edneusa Santos fez seu melhor tempo na temporada, com 5min26s28, mas acabou chegando na última colocação. A etíope Tigist Menigstu faturou o ouro com 4min22s39, seguida pela marroquina Fatima El Idrissi, prata com 4min22s98, e pela americana Liza Corso, bronze com 4min23s45.
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Aos 48 anos, Edneusa é especialista na maratona, prova em que conquistou o bronze na Rio 2016 e fez história como a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha, tanto em Olimpíadas quanto em Paralimpíadas. Em Tóquio 2021, ficou muito perto de subir novamente ao pódio na prova, terminando em quarto lugar. Edneusa corre os 42km em Paris no dia 8 de setembro.
– Na verdade, a minha prova é maratona. Foi uma surpresa para mim participar nos 1500m. Fiz o melhor aqui representando o Brasil e acredito que eu fui bem. Porque hoje, antes de vir para cá, fiz 18 km, então não estava 100% pra dar o tiro aqui, né? – disse Edileusa após a final. – Mas foi bom, foi muito bom representar o Brasil com muito amor e carinho.
Nos 400m T11 entre os homens, Felipe Gomes parou na semifinal. Ele terminou sua bateria na quarta colocação, com o tempo de 52s85 – apenas o vencedor de cada série e os dois melhores tempos avançavam à final.
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