Medalha de prata nos 100m rasos no Troféu Brasil, o potiguar Hygor Gabriel Soares ficou fora da lista dos convocados para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, divulgada nesta segunda-feira. O velocista de 21 anos havia comemorado a vaga para as Olimpíadas após se tornar o segundo homem mais rápido do país, com a marca de 10s13, garantindo na pista uma vaga para a equipe brasileira do revezamento 4x100m.
Durante o anúncio da lista, o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Wlamir Motta Campos, explicou que a World Athletics (Federação Internacional) “obrigou que o Brasil fizesse três testes antidoping fora de competição nos seus atletas para que estivessem elegíveis para os Jogos Olímpicos”.
Segundo ele, Hygor está dentro dos critérios de convocação e estaria apto a integrar o revezamento 4x100m rasos, mas ficou fora por não atender à determinação da World Athletics. Ele fez dois testes antidoping em competição e um fora de competição.
Assim como Hygor, outros dois atletas vivem situação parecida quanto aos testes: Lívia Avancini, do arremesso de peso, e Max Batista, da marcha atlética.
Wlamir contou que a CBAt recorreu a World Athletics e “houve uma resposta negativa de que os atletas não estariam qualificados”. Por este motivo, a entidade decidiu recorrer ao Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça.
– A CBAt acredita que estes atletas (Hygor, Lívia e Max) têm que estar em Paris, é um direito destes atletas estarem nos Jogos Olímpicos. Estaremos recorrendo à Corte Arbitral do Esporte na Suíça. Iremos às últimas consequências para assegurar a participação desses atletas – falou.
– Entendemos que o atleta não pode ser penalizado. É importante assegurar que estes atletas nada fizeram, foram submetidos aos testes, estão completamente limpos e devem participar dos Jogos – completou.
O ge entrou em contato com Hygor, que foi orientado a não comentar a convocação. Nas redes sociais, ele havia manifestado a expectativa de ser convocado, e, à noite, postou um vídeo curto com um filtro que aparece com “cara de palhaço” e a legenda “O que acham?”.
Hygor foi criado pelos avós Elione Bezerra e Haroldo Borges no bairro das Rocas, na periferia da capital potiguar. Ele tem um grave problema de visão (com 15 graus de miopia em um dos olhos) e “não enxerga quase nada mais”, de acordo com a avó.
Atleta do Projeto Atletismo Campeão, de Pernambuco, ele era especialista em salto em distância quando mais novo e não ia nem correr os 100m rasos no Troféu Brasil. Surpreendeu com a marca de 10s13 e a medalha de prata. Após a conquista, o velocista confessou que costuma montar os treinos sozinho com a ajuda de vídeos do YouTube.
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