As vendas no comércio varejista potiguar cresceram pelo quinto mês consecutivo, alcançando uma alta de 2,1% no mês de março, acima da média nacional e superando a inflação do período. Os números estão na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada no último dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio RN), fatores locais e externos contribuem para o bom desempenho.

“Em linhas gerais, podemos atribuir o crescimento do comércio varejista no RN, em março, a um conjunto de fatores locais e nacionais, como queda da taxa de juros e da inflação, bem como o crescimento do emprego, atrelado a um grande esforço dos nossos empresários que têm buscado as melhores negociações para manter a competitividade dos preços”, destacou o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.

Além disso, ele observa que houve o crescimento dos benefícios sociais e o aumento real de salário mínimo, reajustado de R$ 1.320 para R$ 1.412, numa variação de 6,97% que reflete a alta de 3,85% do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor – até novembro de 2023, além de um crescimento de 3% da economia em 2022.

Desde janeiro, a alíquota modal do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi reduzida no RN, retornando a 18% depois de nove meses majorada em 20%. Apesar de haver a previsão de que esse fator possa influenciar no aumento do consumo, a Fecomércio RN avalia que ainda não é possível calcular o impacto nos resultados dos primeiros meses do ano. “Ainda não é possível analisar com segurança os efeitos da redução da alíquota do ICMS no Rio Grande do Norte, inclusive por termos registrado alterações nos regimes especiais de tributação no segmento atacadistas, o que impacta toda a cadeia”, explicou Marcelo Queiroz.

No terceiro mês do ano, o desempenho do comércio varejista no Estado superou a média brasileira, que permaneceu estável em relação a fevereiro. Além disso, o Rio Grande do Norte conquistou a terceira posição entre os estados nordestinos, ficando atrás apenas de Sergipe, que cresceu 3,7%; e Bahia, que teve alta de 3,1%.

Na comparação com março do ano passado, as vendas do varejo potiguar apresentaram um crescimento ainda mais expressivo, atingindo 5,9% em termos reais. Já no acumulado do primeiro trimestre de 2024, a alta foi de 6,0% nas vendas, em termos reais, quando se refere ao mesmo período do ano passado. É importante ressaltar que este desempenho foi melhor que a média nacional (+5,9%) e que, no início do ano passado, o crescimento havia sido bem mais modesto, com apenas 1,4%.

CNC eleva projeção do varejo
O primeiro trimestre de 2024 apresentou recorde de vendas em 12 anos no País, com um crescimento de 5,7% no faturamento real, mesmo se mantendo estável em março, na comparação com fevereiro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE. Com isso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para cima sua projeção de aumento do varejo para 2024, passando de 2% para 2,1%.

Essa foi a maior taxa de variação de um primeiro trimestre desde 2012, quando a alta foi de 10,4%. Nos primeiros três meses do ano, as vendas do varejo cresceram graças ao desempenho dos segmentos de hiper e supermercados (que tiveram alta de 8,6%), de artigos de uso pessoal e doméstico (aumento de 11,4%) e produtos farmacêuticos (crescimento de 13,1%).

Nesses três segmentos, as reações derivaram da desaceleração dos preços e da menor dependência que esses ramos historicamente têm em relação ao comportamento dos juros. Atualmente, as vendas se mantêm 7,1% acima de antes do início da crise sanitária, em fevereiro de 2020. Os dados apontam crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior pela décima vez consecutiva.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, disse que a perspectiva da Confederação é positiva para o decorrer do ano, sem pressões significativas de inflação e com expectativa de que a taxa de juros básicos termine 2024 próxima de 9,5% anuais. “Os esforços dos empresários e dos diversos agentes econômicos para garantir um bom ambiente de negócios vêm prosperando, uma vez que o poder de compra do consumidor brasileiro vai se mostrando gradativamente mais assegurado”, afirmou.

Para o economista da CNC responsável pela análise da pesquisa do IBGE, Fábio Bentes, existem alguns fatores predominantes para o resultado favorável das vendas, como a inflação acumulada nos três primeiros meses de 2024 menor do que em 2023 (a alta foi de 1,4% contra 2,1%, respectivamente) e os indicadores favoráveis do mercado de trabalho. A taxa de desocupação para o período, de 7,9%, também foi a menor desde 2012, quando começa a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc).

Tribuna do Norte

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